Desafio da Música – Feito Música

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Eu poderia, simplesmente, esquecê-la. Deixar de lembrá-la, de suspirar sua imagem em minha mente, de não querer substitui-la por mais nada. A não ser mais e mais ela. Ela, especialmente, foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Uma amiga, uma amada, uma irmã. Seus problemas, suas neuras, suas estranhezas, eram tão similares a mim que estarmos juntos era uma partilha, uma confissão, um desabafo sem limites. Uma terapia gratuita, onde ambos saíamos renovados. Resgatados. Renascidos.

Ironicamente ou não, nossa separação foi justamente por isso. Por termos problemas tão semelhantes que precisaríamos viver sem o outro para resolvê-los. Devíamos aprender a viver sozinhos, livrarmo-nos dos grilhões do passado. Do ciúme, da insegurança, da falta de esperança para o amor. Mas queríamos ser felizes. De qualquer jeito. Só não juntos. Por enquanto.

Era a hora de seguirmos caminhos individuais que, talvez, se cruzassem num futuro incerto. Nada era mais certo. E isso doía. Doía saber que amava alguém que me amava, mas não estava disposta a conviver amando. Junto. Lutando. Junto. Apoiando. O outro. Junto. Juntos. Justo. Era justa, a proposta de isolamento. Nem sempre companhia resolveria problemas. Principalmente os sentimentais. Uma pequena dose de solidão ajuda. Ajuda a saber até que ponto temos noção do perigo que é amar. O outro. Antes de nós mesmos.

Viver a dois é como um acorde musical. Não é apenas escolher notas aleatórias e emitir o som. É preciso conhecer as notas e se elas se combinam. Se elas geram uma harmonia, por mais dissonante que seja. Assim são as pessoas. Mesmo com dissonâncias, formam acordes verdadeiros. E novos acordes surgem. E deles, uma música que é registrada numa pauta e perpetuada por séculos. Assim somos, notas musicais e humanos. Mas nem sempre é sempre assim.

Há pausas. Grandes silêncios. Acidentes. Bemóis e sustenidos. Mas mesmo assim faz parte da música. Nem só de sons é feita uma melodia. A alternância entre isso e aquilo, a consciência do que é som e ruído, faz-nos mais sábios e mais felizes na execução de nossas composições. Um maestro, inclusive, conhece mais de um instrumento musical. Mas existe um, único, especial, exclusivo, que ele não apenas toca. Mas sente. Ama. Vive por ele.

Assim sou. Eu. Com você. Sem você, sou apenas eu. Uma nota solitária, em busca de inspiração para uma melodia. Mas ainda assim, sou importante. Não é uma questão de ser ou não ser. Forte, orgulhoso, fraco, humilde, louco, homem, são, menino… Tudo isso eu sou. E muito mais. Com ou sem você, sou. E é esse “ser” (verbo-humano) que você gostou de conhecer.

Então, por favor, reveja seus conceitos, partituras e arranjos desconexos sentimentais e volta para mim. Nossa música está incompleta. Mas ainda toca. As pessoas nem sabem disso. Mas eu sei. Você sabe. E sabemos que podemos compor tudo, muito melhor, juntos. Bem melhor. Nossa parceria funciona. Nossas canções acalentam almas e corações. Dos outros. Menos os nossos. Está na hora de parar de usar apenas – a fria – técnica e improvisar.

Isso é… Amar. E eu amo. Criar. Inspiração, cadê você?

 

Guilherme Miranda

Música: Say Something (Feat. Christina Aguilera) – A Great Big World 

Tradução:

 

Diga alguma coisa

 

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Eu serei o escolhido se você me quiser

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E eu

Estou me sentindo tão pequeno

Foi demais para minha cabeça

Eu não sei absolutamente nada

E eu

Tropeçarei e cairei

Ainda estou aprendendo a amar

Estou apenas começando a engatinhar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Desculpe-me por não ter conseguido chegar até você

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E eu

Engolirei meu orgulho

Você é a pessoa que eu amo

E estou dizendo adeus

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E me desculpe por não ter conseguido chegar até você

E eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Diga alguma coisa

Diga alguma coisa

Indicação do moderador – Os Outros (Neil Gaiman)

Indicação: Guilherme Ramos 

Texto: Os Outros – Neil Gaiman 

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– O tempo é fluido por aqui – disse o demônio.

Ele soube que era um demônio no momento em que o viu. Assim como soube que ali era o inferno. Não havia nada mais que um ou o outro pudessem ser.

A sala era comprida, e do outro lado o demônio o esperava ao lado de um braseiro fumegante. Uma grande variedade de objetos pendia das paredes cinzentas, cor de pedra, do tipo que não parecia sensato ou reconfortante inspecionar muito de perto. O pé-direito era baixo, e o chão, estranhamente diáfano.

– Chegue mais perto – ordenou o demônio, e ele se aproximou.

O demônio era esquelético e estava nu. Tinha cicatrizes profundas, que pareciam ser fruto de um açoite ocorrido num passado distante. Não tinha orelhas nem sexo. Os lábios eram finos e ascéticos, e os olhos eram condizentes com os de um demônio: haviam ido longe demais e visto mais do que deveriam. Sob aquele olhar, ele se sentia menos importante do que uma mosca.

– O que acontece agora? – ele perguntou.

– Agora – disse o demônio com uma voz que não demonstrava sofrimento nem deleite, somente uma horripilante e neutra resignação – você será torturado.

– Por quanto tempo?

O demônio balançou a cabeça e não respondeu. Ele percorreu lentamente a parede, examinando um a um os instrumentos ali pendurados. Na outra extremidade, perto da porta fechada, havia um açoite feito de arame farpado. O demônio o apanhou com uma de suas mãos de três dedos e o carregou com reverência até o outro lado da sala. Pôs as pontas de arame sobre o braseiro e observou enquanto se aqueciam.

– Isso é desumano.

– Sim.

As pontas do açoite ganharam um baço brilho alaranjado.

– No futuro, você vai sentir saudade desse momento.

– Você é um mentiroso.

– Não – respondeu o demônio. – A próxima parte é ainda pior – explicou pouco antes de descer o açoite.

As pontas do açoite atingiram nas costas do homem com um estalo e um chiado, rasgando as roupas caras. Elas queimavam, cortavam e estraçalhavam tudo o que tocavam. Não pela última vez naquele lugar, ele gritou.

Havia duzentos e onze instrumentos nas paredes da sala, e com o tempo, ele iria experimentar cada um deles.

Por fim, a Filha do Lazareno, que ele acabou conhecendo intimamente, foi limpa e recolocada na parede na duo centésima décima primeira posição. Nesse momento, por entre os lábios rachados, ele soluçou:

– E agora?

– Agora começa a dor de verdade – informou o demônio.

E começou mesmo.

Cada coisa que ele fizera que teria sido melhor não ter feito. Cada mentira que ele contara – a si mesmo ou aos outros. Cada pequena mágoa, e todas as grandes mágoas. Cada uma dessas coisas foi arrancada dele, detalhe por detalhe, centímetro por centímetro. O demônio descascava a crosta do esquecimento, tirava tudo até sobrar somente a verdade, e isso doía mais que qualquer outra coisa.

– Conte o que você pensou quando a viu indo embora – exigiu o demônio.

– Pensei que meu coração ia se partir.

– Não, não pensou – contestou o demônio, sem ódio. Dirigiu seu olhar sem expressão para o homem, que se viu forçado a desviar os olhos.

– Pensei: agora ela nunca vai ficar sabendo que eu dormia com a irmã dela.

O demônio desconstruiu a vida do homem, momento por momento, um instante medonho após o outro. Isso levou cem anos ou talvez mil – eles tinham todo o tempo do universo naquela sala cinzenta. Lá pelo final, ele percebeu que o demônio tinha razão. Aquilo era pior que a tortura física.

Mas acabou.

Só que, quando acabou, começou de novo. E com uma consciência de si mesmo que ele não tinha da primeira vez, o que de certa forma tornava tudo ainda pior.
Agora, enquanto falava, se odiava. Não havia mentiras nem evasivas, nem espaço para nada que não fosse dor e ressentimento.

Ele falava. Não chorava mais. E, quando terminou, mil anos depois, rezou para que o demônio fosse até a parede e pegasse a faca de escalpelar, ou o sufocador, ou a morsa.
– De novo – ordenou o demônio.

Ele começou a gritar. Gritou durante muito tempo.

– De novo – ordenou o demônio quando ele se calou, como se nada houvesse sido dito até então.

Era como descascar uma cebola. Dessa vez, ao repassar sua vida, ele aprendeu sobre as consequências. Percebeu os resultados das coisas que fizera; notou que estava cego quando tomou certas atitudes; tomou conhecimento das maneiras como infringira mágoas ao mundo; dos danos que causara a pessoas que mais conhecera, encontrara ou vira. Foi a lição mais difícil até aquele momento.

– De novo – ordenou o demônio, mil anos depois.

Ele agachou no chão, ao lado do braseiro, balançando o corpo de leve, com os olhos fechados, e contou a história de sua vida, revivendo-a enquanto contava, do nascimento até a morte, sem mudar nada, sem omitir nada, enfrentando tudo. Abriu seu coração.

Quando acabou, ficou sentado ali, de olhos fechados, esperando que a voz dissesse: “de novo”. Porém, nada foi dito. Ele abriu os olhos.

Lentamente, ficou de pé. Estava sozinho.

Na outra ponta da sala havia uma porta, que, enquanto ele olhava, se abriu.

Um homem entrou. Havia terror em seu rosto, e também arrogância e orgulho. O homem, que usava roupas caras, deu alguns passos hesitantes pela sala e parou.

Ao ver o homem, ele entendeu.

– O tempo é fluido por aqui – disse ao recém-chegado.

Desafio Doenças – Edden

– 364… – sussurrou.

Poderia ser o tricentésimo sexagésimo quarto dia (e penúltimo) do ano.

Poderia ser qualquer coisa.

Poderia.

Mas não era.

Nada era mais como antes.

O mundo tinha mudado demais.

Para pior.

As pessoas se isolaram, passaram a temer o contato físico. O computador se tornou o meio mais seguro de convivência. À distância. Redes sociais, bate-papos, jogos e até sexo. Tudo virtual. Levado às mais extremas conseqüências. Matrimônios entre usuários e máquinas se tornaram comuns, com a vantagem de nunca haver divórcio registrado até o presente momento. A notícia boa: controle de natalidade e extermínio das Doenças Sexualmente Transmissíveis; a ruim: dependência tecnológica.

Mas o homem (ainda) era um ser social. Quando a solidão batia, batia forte. E não pedia desculpas. Álcool, Anfetamina, Cocaína, Heroína, Crack, Ecstasy, Oxi, Cristal… Todos prometiam o Paraíso. A partir deles, tantas foram as drogas inventadas e reinventadas que, geração após geração, seu consumo tornou-se tão comum quanto algodão doce nos antigos parques de diversões, pipoca nos extintos cinemas 3D ou refrigerante no que, um dia, já se chamou “festa de aniversário”. Foi o Inferno na Terra.

– 364! – pensou, enquanto disparava seu Remington 700, rifle de precisão, companheiro inseparável nesses tempos sombrios.

Alvo abatido. Não apenas pelo tiro. Antes, pelo Edden: “a Salvação, na palma da sua mão”. O slogan prometia. E comprometia. Surgiu como produto milagroso para saciar os quimiodependentes, que já dominavam a maioria das terras conhecidas, mas causou um impacto ainda maior. Tornou-se sua completa (e única) fonte de prazer. Um paraíso químico jamais visto nos cinco continentes. A droga perfeita. Um simples contato viciava. Seu uso constante reduziu a fome, a sede, o sono e qualquer outra necessidade fisiológica. Emagrecia, ensandecia, transfigurava pessoas em seres errantes, protozumbis, vivos, mas sem qualquer referência à sua humanidade pré-existente.

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A praga se espalhou mais rapidamente que a AIDS, mal de um século passado que poderia ser evitado com o uso de um simples preservativo de látex. Edden não precisava mais ser fabricado. Deixou de ser produto, para ser considerado doença. Contagiosa. Pandemia. Podia ser contraído através do suor, saliva e sangue do infectado. Ou seja: era muito importante ficar longe dos “vivos-mortos”, apelido pelo qual suas vítimas passaram a ser conhecidas.

Não havia nada de sobrenatural naquela cena. Eram pessoas. Viciadas em Edden. Vivas, mas submetidas a um grau de intoxicação bioquímica que mais pareciam cadáveres ambulantes. Nada do que foram poderia salvá-los. Nada do que são poderia ser aproveitado. A única opção era exterminá-los. De uma forma segura, à distância, como o velho vício em computadores. E depois, era esperar que a Mãe Natureza fizesse sua parte, extinguisse a toxidade dos corpos, para uma nova colonização.

Alguns poucos sortudos espalhados pelo mundo, aceitaram uma missão suicida. Lutar contra tudo ao seu redor e dizimar a praga. Missão impossível, se calculada a porcentagem de pessoas contaminadas em relação às saudáveis. Mas era a única opção. Era isso… ou sucumbir ao Edden.

Dia após dia, mês a mês, até que os anos se perderam nos calendários, muitos tombaram de ambos os lados. Aquilo parecia não querer terminar. Era melhor que o mundo acabasse de uma vez por todas. Se é que isso já não tinha acontecido e, os poucos sobreviventes, é que insistiam em existir. Não seriam, eles, a verdadeira praga? Sendo, eles, uma minoria, não seria melhor entregar-se ao óbvio? Estavam em guerra. Em breve faltaria água e comida; viriam mais doenças e, por fim, o golpe mortal do último Cavaleiro. Com suas mortes, não haveria mais potenciais viciados de Edden, os antigos usuários morreriam e, com a extinção da raça humana, a Mãe Natureza poderia seguir seu curso. Mesmo assim, a teimosia persistia. E o sobrevivente daquela casa insistia em sobreviver.

– 364. – Disse, enquanto marcava, com uma trêmula faca de caça, a parede de seu quarto, transformado num posto avançado da resistência humana. Foi quando percebeu que não estava sozinho.

A filha pequena, ainda com o ursinho que recebeu da finada mãe, abraçou o pai. Tinha medo. Ele também tinha, mas precisava ser forte. Choravam. Queriam abraçar-se para sempre, com todo o amor possível, mas sabiam que não haveria o amanhã. O tempo acabou para a jovem. Seu corpo tombou inerte, no chão de madeira. Foi melhor assim. Era tarde demais. Seu pai voltou a olhar pela janela, aguardando o inevitável.

O silêncio, agora, era ensurdecedor. Não escutava nem seus pensamentos. Era uma solidão de palavras e atos nunca experimentada. Só lhe restava esperar o próximo alvo.

– 366… – pensou bissextamente. Pela última vez.

Era abater ou ser abatido. Seu mundo, há tempos, já estava perdido.

Guilherme Ramos

Desafio da Imagem – DezEncontros

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Foram apresentados há alguns anos. Profissionalmente. Mas pouco se falavam. Setores diferentes. Até rolava o desejo de se conhecer melhor – um segredo que cada um guardava dentro de si – mas não havia chance. Local de trabalho era local de trabalho. Ninguém estava a fim de arrumar problema para o outro, porque a empresa deixava bem claro: “nada de relacionamentos entre funcionários”.

O dia a dia era sempre o mesmo. Rotina? Ele lá; ela cá. Cada um na sua. Intervalos? Curtos. Mal dava para almoçar. Horários? Diferentes. Ela, pelo dia; ele, pela noite. Folgas? Ela fazia trabalhos para a faculdade, pensava no futuro; ele fazia extras, em busca de seus sonhos. E assim foi. E foi. Assim.

Um dia, sem mais nem menos, ela saiu do emprego. Novos horizontes. Ele, quando soube, já era tarde demais. Sem mais contatos – telefônicos ou pessoais – o almejado encontro tornou-se impossível. E, para piorar a situação, não sabia onde ela morava, qual seu novo emprego, por onde andava… Enfim, um total desastre. Como poucos que eles se permitiam ter. Talvez o jeito fosse, apenas, deixar rolar. Esquecer. Fácil? Isso não haveria de ser.

Até que meses depois, nessas noites antissociais, quando ficamos em casa, no computador, sem vontade de ver gente, apenas comentando e curtindo isso ou aquilo nas redes sociais, sem qualquer outro compromisso com a realidade, os dois se falam num bate papo on-line. Inicialmente formais, pareciam amigos. E só. Meio frustrante também. Mas, aos poucos, o gelo foi quebrando e indiretas inteligentes revelavam a vontade de se conhecerem melhor. Não perderam mais tempo. Marcaram um encontro. Cinema. O básico dos básicos. Deveria funcionar.

Mas não funcionou. Ela teve um contratempo na faculdade. Marcaram outro encontro. Dessa vez, foi ele que não pode comparecer. Marcaram outro. O celular dele descarregou. Mais outro. O celular dela descarregou. E outro. E mais outro. E mais outro… num total de dez. Seria cômico, se não fosse mais uma vez, trágico. Contando, ninguém acreditaria. Era coisa de novela, de filme, de série de TV. Ninguém nessa existência poderia desencontrar-se tanto quanto eles. Beirava o surreal. Alguém lá em cima – ou, talvez, lá embaixo – não queria que ficassem juntos. E continuaram distantes. Afastados. Frustrados.

guilherme

Depois de tanto tempo, de tentativas ao vento, ela cansou. Resolveu sair. Sozinha. Sem ele. Sem ninguém. Foi estranho no início. Quando se dava conta estava puxando conversa com qualquer estranho ou estranha, na mesa ao lado. Ria de si mesma e relaxava. Entre uma ou outra golada, resolveu dar uma volta no bar. Já no corredor que dá acesso aos banheiros, esbarra em alguém. Ou, talvez, alguém tenha esbarrado nela. Não importava. Era ele. Era ela. Eram eles. Os dois, finalmente, frente a frente. Simples assim. Como não haviam conseguido antes. Como devia ser. Na hora certa. Porque, algumas vezes, as pessoas só se encontram quando não se procuram.

 

Guilherme Ramos

Desafio da Sereia – Meu (En)Canto

guilherme

De onde vem, oh! marinheiro? Da cidade além–mar,
Do povoado corrompido, da sua angustia urbana,
Do núcleo rural, esquecido ou de nenhum lugar?
Dia louco, sem você, me fez a insana das insanas!

Aqui, na minha canção, eu ofereço… a paz,
Ofereço meu corpo, quase sem alma, de solidão.
Ofereço o amor que nunca teve e ofereço mais:
Eu me dou para você, caso ainda tenha coração.

Vem! Vem para meus braços, desconhecido amigo,
Nas ondas da minha paixão e da sua libido!
Eu quero apenas você, assim, junto de mim…

Serei sua mulher, sua companhia na areia,
Não serei mais triste (e faminta) sereia.
À deriva, à espera de um apaixonado “sim”….

/Guilherme Ramos

Blog da Galera #3

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Bom pessoal, semana passada começou na página, o concurso para divulgação de blogs.

O escolhido dessa semana foi o Guilherme Ramos.
Aqui o link de um dos textos dele (muito bom): http://prosopoetica.blogspot.com.br/2010/09/a-pergunta.html

Aqui o link do blog do Guilherme: http://prosopoetica.blogspot.com.br/
E a sua página no facebook: https://www.facebook.com/prosopoetica
Semana que vem, mais dois blogs pra vocês conferirem!