Síndrome do Pânico

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Hoje acordei, senti todos os meus ossos e músculos do corpo doendo! Não sei como nem por que! Mas me sinto muito, muito velho! Quando me olho no espelho ele me revela o que eu sei, não sou velho! Mas a sensação é de ter vivido oitenta anos.

Como qualquer coisa que encontro na geladeira. Olho para a rua; ela parece aterradora, mais ou menos como ontem, sei que tenho que abrir a porta e sair ir até o portão abri-lo e dar uma volta. Muito das dores é de falta de me exercitar, de me movimentar ao menos o básico! Mas o mundo lá fora me parece tão cheio de perigos. Sei que a maioria são imaginários mas mesmo assim é uma luta diária conseguir me levantar, lavar meu rosto olhar para a porta, abri-la seguir até o portão e sair de casa.

Claro que os vizinhos já notaram isso, que tenho algum ou alguns problemas, mas quem não os tem? Talvez não tenham pânico para sair de casa ou achem até que isso é uma besteira, coisa de quem faz “corpo mole”, mas eu tenho a medicina ao meu lado, confirmando que o que eu sinto é uma doença e assim como todas elas tem tratamento.

Já tomei alguns medicamentos, consegui sair e caminhar pelo quarteirão. Já consegui pegar uma lotação (ônibus) e até já fui ao cinema sozinho. Uma vitória e tanto para mim que não conseguia abrir a porta e sair até a rua.

Assim como o personagem desta história eu já sofri da síndrome de pânico e a venci! Não importa o que os outros pensem ou falem de você, procure ajuda! Sempre vai encontrar pessoas que são sensíveis e que vão ajuda-lo!

Desejo que 2015 todos que sofrem desta ou de qualquer outra síndrome encontre alívio e que em sua busca pela cura encontre menos pessoas ignorantes e mais pessoas boas! Só você e quem já passou por qualquer problema (síndromes) sabe como é sofrer com isso! Mas tudo passa e você acaba ficando ainda mais forte! Acredite! Vale a pena ser feliz!

 J. C. Zeferino

Os números literários de 2014

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2014 deste blog. E nós estamos compartilhando com vocês este crescimento. Pedimos desculpas também pela ausência desse ano, mas em breve voltaremos com força total!

Aqui está um resumo:

Um comboio do metrô de Nova Iorque transporta 1.200 pessoas. Este blog foi visitado cerca de 5.300 vezes em 2014. Se fosse um comboio, eram precisas 4 viagens para que toda gente o visitasse.

Clique aqui para ver o relatório completo

Um dia demente na mente de Téo

O desafio era montar um texto onde cada participante do grupo do Facebook poderia escrever apenas uma frase. Eis o resultado 😉

Era uma vez um garoto chamado Téo.
Ele nunca, repito, nunca saiu de casa.
Preso não só em sua casa, mas também em uma realidade construída por livros.
Porém, um dia ele viu a janela aberta, por onde entravam bichos, minúsculos, seres das profundezas da Terra.
Os bichos eram criaturas bizarras com nenhum poder excepcional.
O que tornava eles bem desinteressantes.
Mas esse não foi o principal ao abrir a janela…
Foi que com a luz do sol, ele viu os chifres na cabeça de gigantescos besouros, ou escamas no lugar de pelos, tornavam-se interessantemente assustadores.
Enquanto insetos e bichos entravam pela janela ouviu-se barulho de vidros quebrados e gritos de uma mulher vindos da casa vizinha.
Gritos abafados e horripilantes que ecoavam na cabeça de Téo, chegando cada vez mais perto.
Desesperado, mas curioso, se arriscou e pulou a janela, queria ver o que acontecia.
Logo se deparava com uma espécie de invasão alienígena de insetos intrigantes….
Assim como a invasão tomou conta de tudo, o medo também tomou conta de seu corpo.
Não sabia como agir diante daqueles seres, por isso correu para o seu quarto, porém, agora a janela por onde ele tinha pulado estava fechada.
Ele conseguiu entrar de outro modo.
Passaram dias, mas a curiosidade o perturbava…
Até que em uma manhã, indo até a calçada de sua casa, olhando além da rua, encontrou uma ampulheta e, ao virá-la, sem querer iniciou uma contagem regressiva para que toda aquela situação acabasse, no entanto, de modo persistente, somente…
Somente se ele fizesse os sacrifícios necessários.
O primeiro seria sua vizinha, o que lhe dava um certo alívio em saber que os gritos acabariam.
Por isso seguiu aquela casa, contornando o jardim, decidido.
Pois aquela ampulheta, aquela ampulheta maldita, mudara o tempo, transformara o seu sentimento em ira.
E a ira, que consome pouco a pouco todos os outros sentimentos, e antes o que era amor, se torna ódio .
Mas Téo queria mudanças, e canalizou toda essa ira e o ódio dela oriundo para conseguir atingir seu objetivo principal:
Que era voltar para a segurança do seu quarto.
Mas a voltar-se não havia parede, e tão pouco uma janela que o levasse de volta para casa.
Ele viu então algo que nunca havia reparado: a portinha do cachorro na base da porta de sua casa…
Mas então ele lembrou que ele não tinha cachorro.
E que na verdade aquela não era a sua casa.
Porém, deixou para analisar essas informações depois e apressou-se em se abaixar, tentando adentrar a casa pela estreita porta.
Lá se deparou com algo surpreendente, que lhe apavorou, mas também lhe motivou para prosseguir
Morfeu apareceu na hora e disse que ele estava sonhando
Então o jovem teve uma crise existencial , e pensou “se até mesmo isso é um sonho, toda minha realidade pode ser um sonho, ou seja eu sou um louco ”
“ou eu posso estar vivendo em uma matrix real igual ao filme, mas isso não é possível”
Onde estou?
Pânico, terror e aflição, tomaram conta de Théo
Téo estava muito confuso, mas tentou se acalmar e analisar o mundo à sua volta, constatando que tudo estava normal e nada era parecido com o estranhíssimo sonho que tivera.
Téu deixa escapar o ar preso em seus pulmões e se joga, aliviado, numa poltrona próxima.
E só então se lembrou que tinha assistido Matrix antes de dormir.
Morfeu lhe abraça, em um sono profundo.

Desafio da Música – I’M TITANIUM

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Era uma tarde ensolarada, não muito comum na região onde vivia…

– Oi amor – me aproximei para beijá-la, mas ela recuou.

– Bem, precisamos conversar… – ela desviava o olhar.

Esperava que isso acontecesse mais cedo ou mais tarde, não que eu quisesse, era inevitável.

– Eu já sei o que você vai dizer. Não precisa ser assim. Nós ainda podemos…

– Não. Você sabe disso. Não somos mais como costumávamos ser. Eu mudei você mudou também.

– Eu posso voltar a ser o que era antes. Por você, eu sei que posso.

– É, mas… Mas… Eu não sei se eu posso mudar. Não me entenda mal. Você é um ótimo cara e eu sei que vai conseguir superar.

– E tudo que vivemos? Vai simplesmente virar as costas e esquecer tudo que passamos? – apoiei o rosto dela de modo que pudesse ver seu rosto.

Ela nada disse. Uma lágrima roçou seu rosto.

Estava me recusando a acreditar, mas só podia ser isso. Nunca fiz nada de errado, entretanto desde aquele dia nossa relação tinha esfriado.

– É ele não é.

-…

– Não precisa confirmar, eu sei que é.

– Você não está entendendo. Não foi ele quem me fez repensar meus sentimentos. Foi você.

– Como assim eu? Eu nunca fiz nada além de agradar seus gostos.

– Acho que foi por isso mesmo. Não era para ser. Somos muito… Iguais.

– O que? É isso? Você vai me dizer que só por isso está me deixando?

– Sim.

Aquilo me atingiu como uma bala. Sua frieza deixou meu coração gelado. O pior é que essa não é a primeira vez. Já deveria estar preparado, mas não estou e acho que ninguém nunca está.

Levantei-me para ir embora. Quando estava de costas para ela me diz:

– Desculpe-me. Você vai ficar bem?

Seco as lágrimas do meu rosto e sorrio. Sem encará-la respondo:

– Claro, sou feito de titânio.

 Jamelys Jesus

 

Música: Titanium (feat. Sia) – David Guetta


Tradução: Titânio (Part. Sia)

Você grita alto
Mas eu não consigo ouvir uma palavra que você diz
Estou falando alto, não estou dizendo muito
Sou criticada, mas todas as suas balas ricocheteiam
Você me derruba, mas eu me levanto

Sou à prova de balas, nada a perder
Atire, atire
Ricocheteiam, você acerta o alvo
Atire, atire
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio

Corte-me
Mas você é quem terá mais para sofrer
Cidade fantasma, amor assombrado
Levante sua voz, paus e pedras podem quebrar meus ossos
Estou falando alto, não estou dizendo muito

Sou à prova de balas, nada a perder
Atire, atire
ricocheteiam, você acerta o alvo
Atire, atire
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio
Eu sou de titânio

Dura como pedra, metralhadora
Atirando contra os que se levantam
Pedra-dura, como vidro à prova de balas

Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio
Você me derruba, mas não vou cair
Eu sou de titânio

Desafio da Música – Dê-me apenas um motivo

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Tudo me entediava naquele domingo a noite. Eu havia acabado de me enrolar debaixo do cobertor com um bom livro como companhia, quando ouvi movimentos próximos, do lado de fora. Imaginando que nada fosse, concentrei-me na página a minha frente. Os ruídos se intensificaram. Alguém batia palmas em um ritmo frenético. Como isso era extremamente incomum, fiquei imediatamente curiosa e fui até a sacada descobrir o que estava acontecendo lá embaixo. Ao pisar fora da porta, senti frio. Mas não recuei.

Lá estava Michael. Loiro, alto, olhos verdes que pareciam quase tímidos, ou seria temerosos. Uma figura tão conhecida, em um lugar tão improvável. Senti a garganta apertar e as pernas ameaçando fraquejar. Recostei-me a grade da sacada e observei Michael sentar-se em um banco que trazia com ele e tirar um violão da bolsa que carregava no ombro. Diversos pensamentos atropelavam-se em minha mente. Que tipo de brincadeira seria aquela? Será que eu deveria entrar e deixá-lo ali? O curso desses pensamentos foi abruptamente interrompido pela música que começara. Michael parecia tenso, os dedos dançando pelas cordas do instrumento, mas esforçava-se ao máximo para esconder isso. Não reconheci a música que começava. Tão pouco me movi dali. Aquela melodia me envolvia aos poucos, e só então notei como a noite estava bela.

“Desde o início, você foi um ladrão, você roubou meu coração.” Começou Michael. Sua voz era profunda, mas ao mesmo tempo doce quente. Exatamente como eu me lembrava. Ele fechara os olhos, e agora aparentava segurança e até certa serenidade, como se se congratulasse pela coragem de fazer aquilo.

Lembrei-me de como, em um dia qualquer, encontráramo-nos em um parque. A partir daí,  passamos a ir todos os dias ao mesmo local. Descobrimos que estudávamos na mesma escola, que gostávamos da mesma banda, que ambos somos devoradores de livros. Eu estava me apaixonando. E a confirmação disso veio na tarde em que ele, pela primeira vez, colocou seus braços a meu redor.

“Deixei que você visse partes de mim que não eram tão bonitas. E, a cada toque, você as consertou…” Prosseguia ele, entregando-se. Lembrei-me dos nossos tantos momentos, dos filmes que assistimos abraçados no sofá, das sessões de estudo para as provas de francês, do nosso piquenique na chuva. De como eu admirava, não, admiro a sinceridade e o jeito direto de Michael. De como ele costumava dizer que eu levo as coisas muito a sério e que nessas horas eu sempre ria e tentava, sem sucesso, fazer uma piada qualquer, o que fazia-o  rir também.

Eu estava completamente em choque, olhos fitos na imagem de Michael, mas meus pensamentos continuavam, seguindo a cadência da música que ele habilidosamente interpretava. Recordei as nossas discordâncias, nossos pontos de conflito. Meu ciúme e a mania dele de se fechar em si mesmo e negar que houvesse qualquer coisa de errado, mesmo que suas atitudes gritassem o contrário. Nossas brigas, as rudes palavras que por mais que quiséssemos, jamais poderíamos pegar de volta.

“Diga-me que você já teve o bastante do nosso amor, nosso amor. Dê-me apenas um motivo…” De repente a verdade dos fatos me atingiu como um tapa. Senti as lágrimas abrindo caminho por meu rosto, porém não fiz nenhum esforço para secá-las. Eu não havia tido o bastante. Nunca teria o bastante de Michael. Quis gritar essas palavras, mas me parecia tão errado interromper a música que me calei, mais uma vez.

“Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados…” Aquela voz que eu conhecia e amava elevou-se. Michael abrira os olhos e aqueles lagos de emoção me fitavam, como jamais haviam feito antes. Em um frêmito, as palavras deslizaram de seus lábios: “E podemos aprender a amar novamente…”.

Acho que somente naquele momento eu compreendi o que significava tudo aquilo. Michael não estava brincando comigo. Estava… Pedindo para voltar. Até esse pensamento era esperançoso demais para que eu sequer me arriscasse a concebê-lo, mas olhando para aquele rosto lindo, meigo e transbordando amor, eu não pude me conter. “Está nas estrelas… foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações. Não estamos quebrados, apenas curvados. E podemos aprender a amar novamente…” Continuou Michael, indiferente a tempestade que se instalara dentro de mim.

Eu queria estreitá-lo junto a mim, tomar seus lábios nos meus e garantir que tudo ficaria bem. Eu queria… Queria tanta coisa. Mas vi-me incapaz de sair do lugar. Ainda havia uma dúvida, no fundo do que ainda me restava de racionalidade, que sussurrava: “cuidado”.

“Desculpe-me se não entendo, de onde é que tudo isto está vindo. Pensei que estivéssemos bem (oh, tínhamos tudo…)” Sim, nós tínhamos. Eu também não entendo o que foi que deu errado. Pensava em Michael, se ele também pensava em mim da forma que eu pensava nele. Todos os dias, várias vezes. Com os detalhes mais bobos e nas situações mais normais. Lá estava o meu Mike. “Minha querida, ainda temos tudo…” Temos, pensei. E não podemos desperdiçar.

“Oh, o nosso amor, o nosso amor… Dê-me apenas um motivo. Só um pouquinho já basta…” Cantou ele, mais uma vez. Eu não tinha um motivo. Não sabia por que tínhamos que ficar separados. Nada mais importava. Quem terminou quem errou quem voltou atrás. Era tudo passado. Michael, meu Michael. Estava me fazendo uma serenata. Inacreditavelmente doce.

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados… E podemos aprender a amar novamente. Está nas estrelas, foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações… Não estamos quebrados, apenas curvados. E podemos aprender a amar novamente… Quando aquelas palavras flutuaram até mim, eu soube que nada mais faltava. Minhas últimas defesas caíram por terra e desci a escada correndo, até Michael. Para mim. Era para mim que ele cantava.

“Dê-me apenas um motivo, só um pouquinho já basta…” Interrompi suas palavras com um beijo frenético, apaixonado, que exigia mais a cada instante. Entrelacei meus braços em seu pescoço, aproximando-me mais, com apenas o violão entre nós. Separamo-nos, as respirações sincronizadas. Ele afastou-se apenas o suficiente para soltar no chão o violão e puxou-me para seu colo. Ele sabia que eu já havia dito sim.

“E podemos aprender a amar novamente, Nunca parei… Você ainda está escrito nas cicatrizes no meu coração. Você não está quebrado, apenas curvado. E podemos aprender a amar novamente.” Cantou ele baixinho, os lábios roçando de leve o lóbulo da minha orelha.

“Vou consertar isso para nós. Estamos recolhendo poeira, Mas o nosso amor é o bastante… Você o está segurando. Não, nada é tão ruim quanto parece. Diremos a verdade…” A música seguia, preenchendo-me por inteira. Pus-me de pé rapidamente, puxando Michael comigo. Surpreso, ele não relutou. Abraçamo-nos apertado e unimos os lábios em mais uma promessa.

Eu já sabia aquele refrão, que agora estava impresso em mim para sempre.  Cantamos como um só. “Dê-me apenas um motivo. Só um pouquinho já basta. Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados. E podemos aprender a amar novamente. Está nas estrelas, foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações. Não estamos quebrados, apenas curvados. E podemos aprender a amar novamente…” Michael olhou-me nos olhos e sussurrou: “Eu te amo, Chiara.” Afastou a mão das minhas costas e retirou algo do bolso. De repente virou-me de costas com habilidade e colou seu corpo ao meu. Senti meus cabelos sendo gentilmente afastados e algo frio ser colocado em meu pescoço.  Quando olhei, um pequeno pingente em forma de rosa descansava entre meus seios. Era lindo, puro e encantador. Como um recomeço. O nosso recomeço. Fui incapaz de pronunciar qualquer palavra. Busquei os lábios de Michael com fervor. Beijamo-nos naquela posição improvável, muitas e muitas vezes.

Naquele momento eu realmente acreditei em segundas chances. E soube que a minha felicidade estava agora ao meu lado, portanto, eu deveria fazer de tudo para mantê-la comigo.

Ana Santiago

 

Música: Just Give Me a Reason (feat. Nate Ruess) – Pink


Tradução: Dê-me apenas um motivo

Bem desde o começo

Você foi um ladrão, você roubou meu coração

E eu, sua vítima condescendente

Deixei que você visse partes de mim

Que não eram tão bonitas

E, a cada toque

Você as consertou

 

Agora, você tem falado durante o sono, oh oh

Coisas que nunca diz para mim, oh oh

Diga-me que você já teve o bastante

Do nosso amor

Nosso amor

 

Dê-me apenas um motivo

Só um pouquinho já basta

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Está nas estrelas

Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações

Não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

 

Desculpe-me se não entendo

De onde é que tudo isto está vindo

Pensei que estivéssemos bem (oh, tínhamos tudo)

Sua cabeça está perdendo o controle novamente

Minha querida, ainda temos tudo

E está tudo na sua mente (Sim, mas isto está acontecendo)

 

Você tem tido sonhos muito ruins, oh, oh

Você costumava deitar-se tão perto de mim, oh, oh

Não há nada além de lençóis vazios

Entre o nosso amor, nosso amor

Oh, o nosso amor, o nosso amor

 

Dê-me apenas um motivo

Só um pouquinho já basta

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Nunca parei

Você ainda está escrito nas cicatrizes no meu coração

Você não está quebrado, apenas curvado

E podemos aprender a amar novamente

 

Oh, canais lacrimais e ferrugem

Vou consertar isso para nós

Estamos recolhendo poeira

Mas o nosso amor é o bastante

Você o está segurando

Você está servindo um drinque

Não, nada é tão ruim quanto parece

Diremos a verdade

 

Dê-me apenas um motivo

Só um pouquinho já basta

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Está nas estrelas

Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações

Não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

 

Dê-me apenas um motivo

Só um pouquinho já basta

Só um segundo, não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

Está nas estrelas

Foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações

Não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

 

Oh, podemos aprender a amar novamente

Oh, podemos aprender a amar novamente

Oh, que não estamos quebrados, apenas curvados

E podemos aprender a amar novamente

 

Desafio da Música – Professor

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Professor é muito mais

Do que alguém pra conversar, alguém pra ensina professor é uma bênção,

Que vem do coração de Deus pra ensinar a gente.

É assim que você é pra nós,

Como uma pérola que mergulhamos pra encontrar.

É assim que você é pra todos,

Um tesouro, que pra sempre vamos guardar.

Professor, nunca vamos desistir de você,

E pela tua vida vamos interceder.

Mesmo que estejamos longe, nosso amor vai lhe encontrar,

Porque vocês são impossíveis de esquecer.

Nós acreditamos em você,

Nós acreditamos nos sonhos de Deus para sua vida.

Professor nós oramos por você,

Porque a tua vitória é certa.

Nunca vamos desistir de você

E pela tua vida vamos interceder.

Mesmo que estejamos longe nosso amor vai te encontrar

Porque vocês são impossíveis de esquecer

Professor nunca vamos desistir de vocês

E Pela tua vida vamos interceder

Mesmo que estamos longe nosso amor vai te encontrar

Porque vocês são impossíveis de esquecer

 

Samara Serapiao

Música: Impossível de Esquecer Fernanda Brum e Eyshila

 

Desafio da Música – Anjo da Vingança

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Mortos por todos os lados formavam um grande tapete vermelho por onde ele passava e ria com escárnio.

Restaram apenas corpos ceifados pela sua lâmina cruel. Nenhuma vítima era inocente.

Suas mãos estavam banhadas pelo sangue de vidas que extirpou.

Ele estava apenas cumprindo seu papel, fazendo justiça.

Sua sentença era a morte!

O crime dos condenados era simples: Iam contra tudo aquilo que pregavam.

Eram todos hipócritas. Cometiam atrocidades em nome de sua falsa moral, vitimando tantos por apenas não seguirem os mesmos errôneos padrões que eles.

Para o ceifador de vidas, não existia um modelo a ser seguido. Como pessoas cheias de pecados poderiam julgar alguém?

Seria ele um demônio ou apenas um anjo justiceiro?

Fato é que não poupava ninguém. Jovens, velhos ou crianças! Todos os réus eram aniquilados, de acordo com o seu grau de merecimento. Uns com mais intensidade, outros nem tanto.

Sua espada era implacável, nem mesmo as lamúrias, gemidos e pedidos de clemência abrandavam seu coração.

Após sentença cumprida, ele partia deixando para trás os criminosos, com a certeza de seu dever cumprido.

Sobrava somente um enorme campo de corpos espalhados pelo chão.

A forte chuva que caía após a insana cena de terror, levava embora o rastro de sangue que ali ficou.

 

Td. Rodrigues

Música: Libre – Tristania

TRADUÇÃO

Livre

Encapsule a noite!
Embrulhe a verdade em papéis de bala
E faça para nós uma encharcada de sangue
Chorosa e triste
Podre até o núcleo
Festa

Eu fico com você agora, meu amigo
Minha língua de navalha está lambendo suas bochechas rosadas e
orelhas feridas
Eu sussurro segredos sórdidos que não são nem verdadeiros, nem
falsos
Eu seguro sua mão em desafio
Amplifique sua voz fraca contra o mau
Eu seguro sua coluna sacudindo-a com o máximo de força

A luz prateada foi destronada
Festeje comigo
Pelo que denominamos o demônio
(E eu devo satisfazer a mim mesmo)

Quando eu morro, Eu mato cem
Quando eu morro, Eu levanto mil

Festeje comigo
Pelo que denominamos o demônio
(E eu devo satisfazer a mim mesmo)

Cada buraco de bala em nossa cidade sagrada
É um orifício pra eu estuprar
Toda mulher assassinada é minha puta
E cada preciosa criança chorando
Um globo de fogo dourado

Todas as crianças choram “Babalon, Babalon”*
Oh mãe, para onde foram todas as suas flores?

Eu sou um dígito divino
Eu sou extensa, eu sou aberta a todos.
Eu vou foder o mundo com meus dedos.

Desafio da Música – Feito Música

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Eu poderia, simplesmente, esquecê-la. Deixar de lembrá-la, de suspirar sua imagem em minha mente, de não querer substitui-la por mais nada. A não ser mais e mais ela. Ela, especialmente, foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Uma amiga, uma amada, uma irmã. Seus problemas, suas neuras, suas estranhezas, eram tão similares a mim que estarmos juntos era uma partilha, uma confissão, um desabafo sem limites. Uma terapia gratuita, onde ambos saíamos renovados. Resgatados. Renascidos.

Ironicamente ou não, nossa separação foi justamente por isso. Por termos problemas tão semelhantes que precisaríamos viver sem o outro para resolvê-los. Devíamos aprender a viver sozinhos, livrarmo-nos dos grilhões do passado. Do ciúme, da insegurança, da falta de esperança para o amor. Mas queríamos ser felizes. De qualquer jeito. Só não juntos. Por enquanto.

Era a hora de seguirmos caminhos individuais que, talvez, se cruzassem num futuro incerto. Nada era mais certo. E isso doía. Doía saber que amava alguém que me amava, mas não estava disposta a conviver amando. Junto. Lutando. Junto. Apoiando. O outro. Junto. Juntos. Justo. Era justa, a proposta de isolamento. Nem sempre companhia resolveria problemas. Principalmente os sentimentais. Uma pequena dose de solidão ajuda. Ajuda a saber até que ponto temos noção do perigo que é amar. O outro. Antes de nós mesmos.

Viver a dois é como um acorde musical. Não é apenas escolher notas aleatórias e emitir o som. É preciso conhecer as notas e se elas se combinam. Se elas geram uma harmonia, por mais dissonante que seja. Assim são as pessoas. Mesmo com dissonâncias, formam acordes verdadeiros. E novos acordes surgem. E deles, uma música que é registrada numa pauta e perpetuada por séculos. Assim somos, notas musicais e humanos. Mas nem sempre é sempre assim.

Há pausas. Grandes silêncios. Acidentes. Bemóis e sustenidos. Mas mesmo assim faz parte da música. Nem só de sons é feita uma melodia. A alternância entre isso e aquilo, a consciência do que é som e ruído, faz-nos mais sábios e mais felizes na execução de nossas composições. Um maestro, inclusive, conhece mais de um instrumento musical. Mas existe um, único, especial, exclusivo, que ele não apenas toca. Mas sente. Ama. Vive por ele.

Assim sou. Eu. Com você. Sem você, sou apenas eu. Uma nota solitária, em busca de inspiração para uma melodia. Mas ainda assim, sou importante. Não é uma questão de ser ou não ser. Forte, orgulhoso, fraco, humilde, louco, homem, são, menino… Tudo isso eu sou. E muito mais. Com ou sem você, sou. E é esse “ser” (verbo-humano) que você gostou de conhecer.

Então, por favor, reveja seus conceitos, partituras e arranjos desconexos sentimentais e volta para mim. Nossa música está incompleta. Mas ainda toca. As pessoas nem sabem disso. Mas eu sei. Você sabe. E sabemos que podemos compor tudo, muito melhor, juntos. Bem melhor. Nossa parceria funciona. Nossas canções acalentam almas e corações. Dos outros. Menos os nossos. Está na hora de parar de usar apenas – a fria – técnica e improvisar.

Isso é… Amar. E eu amo. Criar. Inspiração, cadê você?

 

Guilherme Miranda

Música: Say Something (Feat. Christina Aguilera) – A Great Big World 

Tradução:

 

Diga alguma coisa

 

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Eu serei o escolhido se você me quiser

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E eu

Estou me sentindo tão pequeno

Foi demais para minha cabeça

Eu não sei absolutamente nada

E eu

Tropeçarei e cairei

Ainda estou aprendendo a amar

Estou apenas começando a engatinhar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Desculpe-me por não ter conseguido chegar até você

Eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E eu

Engolirei meu orgulho

Você é a pessoa que eu amo

E estou dizendo adeus

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

E me desculpe por não ter conseguido chegar até você

E eu teria te seguido para qualquer lugar

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Diga alguma coisa, estou desistindo de você

Diga alguma coisa

Diga alguma coisa

Desafio Relâmpago (Fantasia) – No teu mundo, sou fantasia

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Sou eu quem toca e retoca a poesia

Quem rascunha e apaga as palavras perdidas

Quem te prende no papel e depois suspira

Quem solta o traço, rabisca e transpira.

Esperando a volta das sensações esquecidas

Tendo entre os dedos apenas a madeira áspera do lápis,

Sempre fria.

Se sou eu quem te dá o primeiro fôlego

Quem te desperta do abissal vazio

E quem mergulha na tua atmosfera

Quem será o guardião da fronteira entre as nossas Eras?

Se tenho eu o poder de fazer nascer novas vidas, por que te recrio?

A ópera, o canto, o pássaro, a dança.

Todos refletem o teu rosto, a tua sombra.

E é como vestir peles, trocar de roupa, de fantasia.

Se são minhas ou tuas, quem saberia?

Desfaço a cara feia, a cama arrumada, a tromba.

E me lanço no mundo dos sonhos aonde você sempre avança

A linha que nos separa neste mundo.

Enquanto houver lucidez, seremos reprodutor e criatura

Se sobrar celulose e grafite, nos tornaremos pensamento e canal.

Mas se der errado, tua essência será o meu manto.

Se tudo se acabar, leve-me para conhecer teu pranto.

E a tua dor e a minha loucura atravessarão os limites da moral

E a ausência da minha sanidade será estímulo

Para nossa união eterna, a minha cura.

 

Sra. Lúcifer

Desafio Relâmpago (Fantasia) – Abelha Operária

Conta-se que a primeira mulher d’O Povo do âmago da floresta, que em nosso mundo é costumeiramente chamado de Povo das Fadas, surgiu entre as vastas planícies aráveis dos vales do Extremo Sul, onde não há nada além das vozes do silêncio profundo. Naquela época, eram as abelhas que reinavam sobre todas as feras, e os homens não passavam de vultos sob as sombras de suas asas, que cobriam os campos e os trigais como o medo encobre a verdade, porém jamais houve reinado mais justo e bom que o seu. Pois as abelhas sabiam que, se uma tola criatura se libertasse da legislação das grandes colmeias, então todas as outras se levantariam contra elas, e a paz que imperava no mundo desapareceria. Sentadas em seus tronos, as rainhas contemplavam a beleza faiscante das plantações de flores, perdendo-se douradas no horizonte nublado, e as feras dedicavam-se aos seus próprios afazeres, concentradas em caçar, enterrar sementes, migrar conforme a passagem das estações, rastejar, galopar e deslizar nas águas velozes dos córregos e riachos. Assim era a vida no mundo antes que os homens se levantassem e usurpassem o poder das abelhas-rainhas.

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Isso aconteceu numa bela manhã de verão.
A abelha operária zumbia atarefada, coletando néctar, avançando lépida sobre as flores coroadas de pétalas, suas asas num trabalho frenético que jamais cessava. A mulher estava no campo, pastoreando as ovelhas, e vislumbrou aquela estranha dança coreografada, de sobe e desce sob a flor, néctar, vento e deslocamento. Pensou então: “se eu possuísse as asas da abelha, poderia fazer muito mais que cuidar dos animais, e a riqueza de todos os campos seria minha e de minha família.” Deixou, contudo, esse pensamento de lado e deu continuidade ao trabalho, percebendo que soara mesquinha demais.
Mas a abelha operária orquestrara seus próprios planos, tendo ido visitar o seu amigo, o dragão-guardião. O dragão-guardião era uma criatura que resguardava as portas das residências, empoleirando-se no alto destas, cuidando para que ninguém entrasse sem antes ter sido convidado. Ele tinha belas asas azuladas, das quais se orgulhava por lhe permitirem voar ao encalço de possíveis invasores. Mas as grandiosas asas lhe pesavam nas costas, e ele sofria de dores insuportáveis, por isso a abelha sugeriu: “deixe-me carregá-las um pouco para você, meu caro amigo.”
O dragão-guardião então despiu suas asas e entregou-as à abelha, agradecendo pela gentileza. Diante disso, ela voou em disparada para longe dali, dirigindo-se para a teia da aranha, sob os gritos de protesto do dragão, que não podia mais voar.
A aranha contava, naquela época, com sete pares de olhos. Era uma criatura formidável, que passava seus dias a fiar longas teias para capturar insetos. Podia ver o que acontecia em quase todas as direções, de modo que nunca era surpreendida. A abelha pediu a ela: “minha cara, tenho tantos problemas com pássaros famintos. Poderia me conceder um de seus pares de olhos, para que eu fique mais atenta?” A aranha, piedosa, entregou à abelha o que esta lhe pedira, e os olhos eram azuis como o céu da primavera. (A aranha é uma personagem de diversas histórias deste mundo, que contam como perdeu seus pares de olhos até restarem somente quatro). Logo depois, a abelha operária visitou sua terceira amiga: a raposa das neves. Naquela Era perdida do mundo, sua pelugem reluzia em tons obscuros, de modo que não fazia nenhum sentido chamá-la de raposa das neves. Chamavam-na de raposa do campo, simplesmente.
Desejando mais aquela qualidade, a abelha perguntou à raposa: “querida, não é verdade o que me disse, que irá visitar sua parenta, a coruja do ártico, naquelas terras brancas e desoladas do norte?” Ao que a raposa sacudiu a cabeça afirmativamente. Então a abelha fez novo questionamento: “não seria melhor, para sua segurança, livrar-se dessa cor tão escura, que denunciaria sua chegada a todos os predadores da região?” A raposa ponderou sobre o que a abelha dissera, por fim entregou a cor escura de sua pele à operária e partiu em viagem.
Cega de contentamento por ter conseguido se apoderar de três riquezas que a tornariam a mais poderosa abelha do reino, ela não percebeu uma armadilha que lhe fora preparada na campina das flores, e logo foi apanhada num frasco límpido de cristal, do qual não conseguiu se libertar. A mulher, durante a vigília das ovelhas, vira a abelha operária enganar os três animais desavisados. Decidira tomar partido daquela injustiça, questionou a criatura presa no frasco: “Bem, agora você não tem escapatória. O que me dará em troca de sua liberdade?”
Desesperada, a abelha operária prometeu que lhe daria as asas do dragão-guardião. E dizendo isso despiu as asas e passou-as à mulher, que as vestiu. Então a mulher a deixou ir. Por três vezes, a mulher tornou a capturar a abelha, e na terceira, não tendo mais nada para oferecer, a abelha renunciou à sua própria capacidade de conceber. E com isso percebeu que era o fim do reinado das abelhas, que havia surgido uma raça que se elevava em dom e majestade: O Povo das fadas, cujo primeiro representante foi à mulher, que se revelara astuta e corajosa. As quatro riquezas eram apenas suas agora, e nada no mundo poderia separá-las dela. Daquele dia em diante, as fadas e os homens subiram juntos ao governo do mundo, e sua glória e poder estendeu-se por eras incontáveis, enquanto as outras criaturas se curvavam a novos soberanos. O dragão-guardião nunca mais voou, mas ficou feliz por se livrar das dores nas costas. A aranha já não possui tantos olhos, mas os que sobraram lhe bastam para manter os negócios em dia. A raposa do campo passou a se chamar raposa das neves, e agora pode vagar tranquila pelas campinas fria e árida do norte sem ser notada. A abelha operária, entretanto, não conseguiu mais gerar. Agora, essa era uma regalia que pertencia unicamente às rainhas, e a elas os servos que restaram devem continuar louvando, como soberanas únicas capazes de conceber novas abelhas.
E embora a paz entre homens e fadas tenha perdurado, dia chegou em que o poder dos imortais se tornou maior que os dos mortais, e os homens temeram a magia e tentaram bani-la do mundo. Mas isso, é claro, é assunto para outra história.

Jairo Victor